quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sobre a chuva repousam os dissabores do esperado

Silêncio. Pingos escorrem. Silêncio. Atenta para abrir as cortinas e percebe a chuva forte a desaguar com planos para noite. Antes mesmo de desistir resolve conversar intimamente com as idéias e acaba justificando o não querer, mesmo querendo. As janelas permanecem fechadas e mais embasadas em favor da chuva insistente que traz desabrigo para muitos e abrigo sugestivo para outros poucos contentes com a chance de poder satisfazer a vontade e quem sabe encontrar até a meia noite alguém com sorriso não ocasional. A chave escondida embaixo do tapete sugere alquimias entrelaçadas com acasos da realidade nos quais todos os prisioneiros entre as casas despistam a ansiedade e escrevem no vidro algo com saudade. Onde você está? Pergunta o verso da linda música presente para elucidar as chances da noite chuvosa, na qual somente guardas-chuvas não resolveriam praticamente nada. Tudo normal em conversas formais com as paredes já cansadas após tantas coisas mostradas e demonstradas. O telefone acostumou-se a não tocar, apenas de vez em quando algum engano resolve chamar. Sem muito á fazer resolve voltar para a janela e perceber a noite chuvosa á colorir a cidade de gente escondida sobre toda a variedade dos guardas-chuvas e sombrinhas. Descobre não conseguir achar adjetivos para classificar o momento e apenas tenta mudar os pensamentos e escolher um ambiente aonde possa encontrar-se e muito talvez voltar acreditar em noites com céu carregado da água com recordações suficientes para não ter medo de usar guarda-chuvas e conversar até o dia amanhecer mesmo estando sem aviso prévio consignado.

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