quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Além das canções da cidade


O silêncio foi mais que puramente aparente, não quis mostrar indícios naturais, optando por desejos mais escancarados que o sol penetrante pelas frestas da janela, contornantes do cabelo, amarrado mais acima do que o costumado. Talvez, nunca tivesse notado-a, mas á partir daquele espasmo de gratidão, disfarçadamente encontrou desejos que, amparados naqueles olhos castanhos brilhantes, formava junto aos resquícios de sol, uma moldura nada obscura da verdade apaixonada.
O empenho da obrigação servil, não conseguia inibir os pensamentos, na Rua dos Albergues, na altura do número 818, permetiu-se cheirar a manga da própria camisa, sentiu um aroma, resultante dos pormenores encantos, combalidos nas imagens mais discretas do sol sustentante da janela á refletir-se naquela menina, que certamente, já despertava o coração de um outro alguém.
Conflitada pelo convívio saturado com o namorado, ela preferiu mostrar-se indiferente e, saiu para entre retratos, confinada pelos vasos e cortinas de seu quarto se pôs á chorar. Muitas perguntas tentavam evidenciar o tempo em que a felicidade seria artigo vistoso naqueles olhinhos castanhos, agora os mesmos olhos eram amargurados da incerteza mais distante da estagnação em viver, sem entender o final, comumente o extra da tristeza natural de um relacionamento.
O paradoxo mostrava o quando as realidades distantes, são diferentes.Enclausurado nas tarefas do trabalho, não conseguia deixar de lado um único momento, fez perguntas, negando respostas, quem sabe, estivesse totalmente perdido, sem abrigo, em perigos de amores, perdidos em esquinas, comovidos pelo singelo, ou retrocesso das indiferenças aparentes, por mais atributos que possuisse, uma vida embriagada de adjetivos e beijos hostis, não complementavam mais sua satisfação em apenas viver á vida, consumindo fatos, que ao pensar teriam um gosto trágico.
A novela á distraia, colocava-se sonhando em frente á televisão, imaginava ser á atriz, sem a tristeza essencial.
Engraçado a vida não os apresentou formalmente, instintivamente ela imaginava encontrar um homem, que complementa-se com ele. Ao mesmo tempo o sujeito despistava a paixão avassaladora em mais um copo suado de bebida, embriagado pelos amores mal resolvidos.
Até quando a pluralidade da cidade vai permitir aos dois viver em distância, permanecendo em mundos distintos.

Nenhum comentário: