quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O melhor bichano, não existe

Sempre fui um bunda mole. Soubesse mais, não me lamentaria com as historietas contadas pelos vizinhos. Por coincidência, nem mesmo Fausto, este imprestável, conivente com toda desordem familiar nos últimos anos, fez algo.

- Seu merda. Imprestável - pela segunda vez, proferi essa palavra, antes mesmo de sentir o enxovalho nos fundos do sofá. O bichano esperto, camufla as orelhas, sentindo mais uma das suas vidas se despedindo. Claro, passar noventa horas em ponteiros do relógio, nas últimas vinte quatro horas, não é fácil.

As vezes, tenho a certeza, todas essas mudanças, são coisas necessárias - mas ver um gato que rouba a atenção dos filhos, engordando, e acumulando o aumento das unhas, apenas miando quando sente falta de comida, não o torna capaz de ser diferente de um animal.

Na condição de bunda mole, receio que a figura paternal é mais exigente. Culpa de quem não provocou a reviravolta, ao saber que de todos os gatos, nenhum vai conseguir avançar na cara das mulheres do meu pai.