quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Amor que chega sem aviso

em conjuntos de frases curtas e longas constroí um suposto mundo, que filma cenas curtas da primeira parte de um Amor que chega sem aviso.


... o céu da cidade abre sinceras nuvens que embalam versos declamantes do poeta em questão. Onde esconde-se os medos, derrama-se também sinceridade apaixonadas de perguntas sem muitas respostas. A porta arranha o som do vento em acalantar lembranças e mostrar bem o caminho pelo qual prosseguir o trem. Sentado na poltrana 23, colado a janela, acende um cigarro, degusta o trago, conversa com a solidão vaga daquele vagão. Olha para as estrelas como pedisse perdão para o abismo de estar perto da onde nunca deveria sair. Rasga um pedaço do papel onde anotou um frase que gostou, e escreve, uma outra para não deixar esquecer, pretende entregar no momento em que chegar á cidade. Na idade em que encontra-se faz desenhos de casas e flores, todas com um bonito sol estampado no lado esquerdo da folha. Aqueles olhinhos castanhos brilham quando lembra dos ideais mais felizes. É perto do meio dia e após tantas horas encenando palavras, chega ao destino final.
Pé esquerdo á frente, olhar para o céu encoberto, um respiro forte e uma prece necessária. Desce a rua com passos de certa forma ligeiros. Avista uma multidão de crianças, todas acabaram de sair da escola. No meio de tantos alunos percebeu quem seria o motivo desta sua vinda à cidade. Arco vermelho no cabelo, brincos pequenos e um sorriso capaz de iluminar o céu encoberto. De longe imaginou-se segurando aquelas pequenas e delicadas mãos. Lembrou da figura da sua mãe, o chamando entre os amigos na volta da escola. O máximo que atingiu foi passar ao seu lado e escutar o som doce sainte da fala. Sentiu-se bem, mas precisava mais. Aquilo somente não o satisfazia. Mas naquele momento foi seu único alento para creditar a felicidade de assistir sua filha na volta da escola.

Nenhum comentário: