quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Nas idas do acaso


Os tristes passos cederam lugar para o sorriso espaçar a volúpia da cena em acontecer. O elevador parado subtraiu a chance de reaver desejos maiores em suceder uma tarde restrita as conversas informais dentro da sala de aula. Distraidamente não percebeu o elevador estacionado no térreo. Antes mesmo dos seus olhos perguntarem-se o motivo pelo qual ainda não teria saído do lugar, o porteiro nem um pouco cordial, a não ser quando pedia um cigarro, segurou a porta do elevador com um sorriso e uma saudação colérica de boa noite. No intertvalo enquanto explicava a rotatividade de alguns moradores, percebeu os passos agoniados em aproveitar uma carona naquela ida do elevador. Conseguiu. Timidamente os olhos entrelaçaram-se formalizando uma saudação rápida de uma breve apresentação resumida em boa noite. Curvou a cabeça para a porta reveladora de tantas histórias e descobriu ser o 11º andar. Limitou-se a olha-la pela sequência dos vidros do elevador 2x2. Encostada no fundo do elevador a menina que tinha na testa um breve suor, resultado dos passados rápidos para angariar aquela ida no elevador, ainda tinha resquicios da maquiagem após um dia intenso de trabalho. A bolsa a tira colo, escondia o certo tremor dos seus singelos braços castos. Sentia a necessidade de falar algo, talvez, uma frase qualquer. Não conseguiu. Verdades passadas passeavam por sua cabeça, mesmo que não fosse a hora mais apropriada. Estalo espaventado. 11º andar. Dois passos fraternos de desejos, boa noite e até mais. Até mais respondeu. A eufonia provocada por aquela voz doce conjugou com o aroma do perfume estacionado dentro do elevador um sentimento de desculpa por andar celebrando a tristeza pelos cantos. Ápós sair do elevador, sabia apenas ser o 11º andar o local da abstração do coração em sonhar.

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