"pedaços de solidão em liquidação"
E deitado ouvia apenas o som das gotas caintes na pia da cozinha, não precisava interromper os seus sonhos conturbados pelo barulho nada empírico. Quantas vezes deslocou-se em pensamentos alheios á sua própria vontade, casual foram momentos em que não soube explicar para a razão, todos os inúmeros motivos da sua vilependiação. O ouvido distraia-se com ruídos que agora eram mais que apenas gotas de água, talvez, fosse a fuga, a vontade viceral de provocar instintos fraternais, misturados com o monóxido nada saturado de pensamentos longiquos de serem abstratos. Ao lado da cama tinha um tapete, presente de seu pai, na última viajem pelo continente sulamaricano, ali estavam depositados muito mais que apenas lembranças de outono, tinha algo mais sério, além da materialização do presente, tinham complementos para sua vida, que trafegava sobre aqueles lençóis, até pouco tempo dormente. Era ausência, distância de si mesmo, lamento de luta, consciência de proliferar, mudar e, saber mudar, mais que puramente extrapolar conceitos bipolares de disfarces incontidos. Nem o sol permitia entrar pela janela, mesmo que já passasse da metade da manhã. Tudo levou a uma mudança, que mesmo interpretada não permite vácuo. Ao alcançar uma caneta, começou escrever sobre um papel que apoiou na sua própria perna. Ali começou a desenhar mais que simples traços da imaginação...
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