segunda-feira, 28 de março de 2011
Calcanhar de Aquiles
Bateram na porta. Toda noite batem na porta. Batidas secas e seguidas. Batem na porta por puro impulso. O seu sonho de bailarina no municipal, cedeu espaço para uma aposentadoria refém da pensão do esposo. Convive com dois gatos sem raça definidas, adquiridos em uma feira de doação aos sabádos nas imediações da praça do governo. O som do televisor é das narrativas do Canal 100. A bola pelo gramado do Maracanã, escrete canarinho decidindo a Copa de 50. Na imagem incolor e nas interferências dos anos, apenas o peso dos olhos com Barbosa em prantos. Batem na porta, dessa vez convidam para um café.
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