quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Beira Mar

Na manguaça dos últimos dias, não puderam lembrar das preces tatuadas nos tornozelos. Tatu, inconformado com as constantes bebedeiras, chiou pelas ventas.

- Agora deu para falar pelos cantos - resmungou um dos marinheiros de dedos e bigodes amarelados.

Fosse apenas cantos, mas Tatu fala desde os tempos de pelada no clube Lusitano. Não gostara do passado português aprendido nos bancos escolares - com voz rouca gritava: perder nunca.

Cão dos diabos, não vês que sabes pouco. Sorte sua que seu focinho não enferruja. Chamou o trinta e um e deitou no cais. As senhoras passavam com seus calcanhares ralando no seu nariz.



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